segunda-feira, abril 12, 2004
GIORNI
por João do Papel
Que lindo esse céu. Nos floreios de cada nuvenzinha, beijada de amarelo gema de ovo caipira. Se você estivesse aqui, eu ia cantar alguma coisa, mas fiquei mudo. Essa mangueira aqui na frente, ela era muito florida, agora não, caíram as flores, e, ah!, eu não entendo de mangueira. Nem de jamelão, sendo que tinha um pezão lindo na frente da minha primeira casa. Eu tinha medo dele, tão grande, a copa batia no terceiro andar; mas sempre amei jamelão, e nunca soube quando era a época.
Essas cores são lindas, estão ficando mais lindas, mas vão morrer de repente. O dia vai embora, puff, foi. Peraí que ainda tem luz bonita na árvore. A mangueira não tem fruta, mas está aqui, firme. Eu gosto de confiar na mangueira. Ela espera, espera. Sabe, às vezes a gente tem que confiar. Acreditar, ser crente. E olha que funciona. Eu já estive mais cansado, mas o que multiplica o cansaço é o medo, e eu estou com menos medo que antes.
Pronto, acabou, agora sim. Acabou o dia, instalou-se o breu; o vapor de sódio (ou mercúrio, acho) acendeu, o frio agora perdeu seu maior opositor, o sol foi fazer dia para lá do horizonte.
por João do Papel
Que lindo esse céu. Nos floreios de cada nuvenzinha, beijada de amarelo gema de ovo caipira. Se você estivesse aqui, eu ia cantar alguma coisa, mas fiquei mudo. Essa mangueira aqui na frente, ela era muito florida, agora não, caíram as flores, e, ah!, eu não entendo de mangueira. Nem de jamelão, sendo que tinha um pezão lindo na frente da minha primeira casa. Eu tinha medo dele, tão grande, a copa batia no terceiro andar; mas sempre amei jamelão, e nunca soube quando era a época.
Essas cores são lindas, estão ficando mais lindas, mas vão morrer de repente. O dia vai embora, puff, foi. Peraí que ainda tem luz bonita na árvore. A mangueira não tem fruta, mas está aqui, firme. Eu gosto de confiar na mangueira. Ela espera, espera. Sabe, às vezes a gente tem que confiar. Acreditar, ser crente. E olha que funciona. Eu já estive mais cansado, mas o que multiplica o cansaço é o medo, e eu estou com menos medo que antes.
Pronto, acabou, agora sim. Acabou o dia, instalou-se o breu; o vapor de sódio (ou mercúrio, acho) acendeu, o frio agora perdeu seu maior opositor, o sol foi fazer dia para lá do horizonte.
4:29 PM